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Lentamente os transportes rodoviários vão passando do petróleo para o eléctrico.
A escolha deste livro para ler em período de férias foi por sugestão do livreiro de uma das livrarias de rua. Pequena livraria, com poucos fundos, com falha de autores de referência de quem eu andava à procura. Mas foi boa a sugestão do livreiro. João Pinto Coelho mostrou-se hábil na construção de uma história de Polacos em que a guerra fez emergir as diferenças e ódios latentes entre si. Longe da história oficial de fazer dos Polacos as vítimas dos Soviéticos e dos Nazis durante a IIGM, o livre vem fazer-nos recordar que a sociedade Polaca tem rivalidades internas próprias. A escrita do papel dos Polacos na II Guerra tem manchas que os próprios fizeram. Já em tempos, quando li a história do Gueto de Varsóvia me tinha dado conta da acção dos “capos” de colaboração com os Nazis e de repressão dos seus próprios concidadãos. No auxílio que prestaram aos alemães na vigilância dos campos de concentração. Este livro de João Pinto Coelho desprende-se das versões mais ou menos politicamente correctas e apresenta a realidade mais desvelada quando a cobardia enlameia o colaborador. “a eles, pois! Aos israelitas, que desde o primeiro dia andavam em conluiu com os bolcheviques, viciados na perfídia e na denúncia, delatando cristãos, tomando-lhes os postos, assenhorando-se das migalhas que os russos lhes atiravam em troca.” p. 203. “Outrora inchados e soberbos, os cristãos pareciam tísicos, espavoridos;” “A cidade tresandava a comunistas, e isso bastava para os deixar naquele estado.” “Para grande irritação dos batizados, os judeus tornaram-se insolentes. Sem qualquer constrangimento, calcorreavam livremente a metade da cidade que não lhes pertencia, “ “Mas faziam pior: sem saberem o que inventar para bajular os russos, mostravam-se sempre servis, e usavam da perfídia para acusarem os cristãos.
Estes viam no gesto a mais nefanda das traições e, quando os seus começaram a partir enjaulados nos comboios, não pensaram duas vezes para saber quem culpar.” p. 223-224. Isto o narrador a falar, mas no discurso de um dos protagonistas do romance é dito: “ Shionka a querer proteger-me, a travar sem avisar, a empurrar-me, a esconder-me, a tapar-me a boca para ver se eles passam sem dar por mim. A princípio, julguei que eram só os russos, mas agora sei que há outros, conheço as suas vozes polacas, cresci cim elas.” p. 224.
Coelho, João Pinto – Os loucos da rua Mazur. Alfragide:Leya. 2017
António Borges Regedor
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