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Espinho prepara-se para a 41ª Edição do CINANIMA – Festival Internacional de Cinema de Animação de Espinho.
Será de 6 a 12 de novembro e vai exibir 104 filmes de 24 países. Entre eles estarão 4 Longas-metragens.
Na homenagam que o CINANIMA prestará Artur Correia (autor de alguns dos maiores momentos do cinema de animação português), será exibido o primeiro episódio de “O Romance da Raposa”, série baseada no texto homónimo de
António Regedor
Recentemente a escritaria homenageou Miguel Sousa Tavares. Relembro um dos seus livros: “No teu deserto, Quase romance” editado pela Oficina do Livro em 2009. E dele registo estas três citações:
“Na verdade, o deserto não existe: se tudo à sua volta deixa de existir e de ter senido, só resta o nada.” p. 49
“- A a terra pertence ao dono, mas a paisagem pertence a quem a sabe olhar.” p. 51
“Tudo o que horas antes era paz, agora era caos, desordem, violência absurda. Puxaste-me a cabeça para o teu ombro e eu encostei-me a ti. Passaste-me o braço pelas costas e não sei quanto tempo fiquei assim até adormecer de exaustão.” p. 95
António Regedor
Esta imagem dá o mote para muitas citações que aparecem não apenas nas redes sociais, mas em muito do que é escrito em vários locais. Blogues, trabalhos escolares, relatórios profissionais, até mesmo trabalhos académicos. Nem sempre é por mal. É mais por descuido e até por ignorância. Os mais antigos não foram ensinados a referir a fonte do que citavam. A citação, mesmo no ensino superior, era desvalorizada, porque a fonte era normalmente a sebenta (caderno de apontamentos de determinado professor, que passava de mão em mão, de curso para curso, de ano para ano, sempre igual. Sem citação, mas com autoridade de sebenta). A descrição do documento já não é apenas coisa de biblioteca e segredo de bibliotecário. A escola, hoje, ensina e exige a citação. O livro único deu lugar ao uso da biblioteca. E a diversidade e pluralidade de fontes de informação dá lugar à pesquisa livre e realização de trabalhos que necessariamente terão de citar os documentos utilizados. A citação deverá indicar o autor, a publicação com data e as páginas onde foi publicada, ou a pagina electrónica como agora é mais comum. O mais vulgar ver-se é: AUTOR (data: pagina), o que neste caso exige referência bibliográfica no final do documento. Acerca das referências bibliográfica, falaremos noutra altura dada a sua maior diversidade e complexidade.
Transforma-se. Não acaba.
Influenciados pelos hábitos digitais da geração milénio, vários autores têm anunciado o fim das bibliotecas. Que as novas condições digitais lhes ditam o fim. Mas não. O que estes futuristas dizem não se concretizará.
A biblioteca não acabará, não morrerá. Apenas se transformará. Não vai desaparecer o livro em papel, como não desapareceu o documento em pergaminho, nem o livro manuscrito, nem mesmo os incunábulos que são tão poucos comparando com toda a edição e até com a produção manuscrita. E todos esses vão continuar a ter necessariamente custódia, conservação, preservação e restauro quando necessário. E obviamente irão por razões de valor intelectual e patrimonial ser objecto de transferência de suporte, desmaterializados e lidos já como digital, mas sem que desapareçam. E para tudo isto a biblioteca irá continuar a existir, até mesmo para a paradoxal desmaterialização, por razões de comodidade e preservação.
Mas continuará a existir para a gestão da informação. Para gerir e custodiar os novos repositórios digitais. Para os avaliar e indexar garantindo o seu fornecimento e difusão. A informação por si só não chega da forma eficiente ao destinatário se for objecto de produção de metainformação que lhes permita a melhor e mais eficiente pesquisa, retirando-a do amontoado ruidoso da pesquisa por palavra.
A biblioteca também continuará a existir biblioteca para os encontros físicos que são condição da humanidade. Espaços de encontro com os escritores, editores, leitores, para os debates literários, a representação de peças, leituras de poesia ou prosa, exposições, colóquios.
E será também ponto de encontro da comunidade, local de discussão dos seus problemas. Espaço de cidadania.
António Borges Regedor
Cidades que se destacam pelos eventos literários, ganham visibilidade, públicos, economia.
Lembro-me de Beja e da palavras andarilhas, há dias estive em Penafiel na escritaria, neste momento está a decores o “Folio” Festival Literário Internacional de Óbidos. É a própria organizaçaãoque afirma: “ No primeiro Folio, em 2015 inventámos o verbo “literar” e fizemos de Óbidos um local de encontro. Escritores, alunos, professores, editores, estudiosos, livreiros e todos aqueles para quem a palavra e a literatura eram profissão e inspiração. Foi uma Babel.” Estou convicto que hoje são muito mais que esses. São novos e velhos, locais e forasteiros, letrados e curiosos. Gente que usufrui da oferta cultural que o fextival disponibiliza. Comécio e serviços locais que se esforçam por proventos económicos que se proporcianam. Cida que se sente em cidade que se mobiliza pela literacia e cultura.
“São livros e escritores. Aulas e filmes. Exposições e mostras. Concertos. Acertos. Desconcertos. E todas as outras surpresas que só poderá testemunhar estando presente aqui.”
A página do programa http://foliofestival.com/21outubro/# ofere-nos um festival onde o tema central é revolução. E sos colóquios abordam tem+aticas como: “Papa Francisco. A Revolução Imparável”. E também “Os serviços Secretos e as Revoluções”, ou ainda “Revoltas, insurreições e revoluções” . Mas não contentes ainda: Revoluções Literárias: “Literatura Portuguesa na China e Literatura Chinesa em Portugal”.
Há também filme comentado e colóquio sobre Matemática e Literatura.
E toda a urbe é palco da iniciativa que decorre na Praça, na Igreja, na livraria, no museu, na galeria, no auditório.
E tudo isto acompanhado desta programação https://obidos.bol.pt/ de espectáculos musicais.
Com criatividade, singularidade e inonação a literatura tem vindo a ser valorizada. Os bons exemplos são para repelicar com as diversas diferenciações que os tornem particulares e por isso apelativos.
António Borges Regedor
ESCRITARIA
É já uma normalidade em Penafiel. Durante vários dias, a cidade passa a escritaria. Pendões, paineis, frases gravadas nos muros, caixas para arrumos de de livros ou outras escritas nas ruas. Montras escrituradas, decoradas com motivos de escrita, vestidos de livros asas de folhas de livros, folhas que saem de máquinas, canudos escritos que sobressaiem nas montras, fotos de outras escritarias. Exposições, leituras encenadas e apontamentos de livros em cena tudo muito bem ligado com piano de Chopin. O teatro faz-se no exterior. Feira de livro, autógrafos. Vendem-se livros, castanhas assadas. O almoço é excelente, o vinho bom e o preço agradavelmente económico, tudo servido com simpatia. Compra-se abóbora de que mais tarde se fará compota. Toma-se café com pastel, compra-se tabaco e joga-se no euromilhões. A economia mexe, cresce em Penafiel com a escritaria. Da biblioteca à feira do livro onde decorrerá a sessão de autógrafos, percorre-se a avenida. A loja de pronto a vestir tem um vestido com folhas de livro e um top com págins do “equador” . Na montra seguinte um “cocar” de penas das páginas de “Não te deixarei morrer, David Crockett”. A loja de calçado desportivo tinha uma linha sóbria e distinta vitrine com ciclindros feitos de cartazes da escritaria. E para todas as montras não podia deixar de se olhar. Miguel Sousa Tavares autografou esta 10ª edição.
António Regedor
O meu amigo Luís Borges Gouveia , traz-me ao conhecimento mais um artigo acerca da publicação científica e oriundo da Universidade de Toronto no Canadá. Posada, Alejandro e Chen, George [2017] “Publishers are increasingly in control of scholarly infrastructure and why we should care. A case study of Elsevier”. University of Toronto Scarborough. Esta Universidade está a produzir trabalho de investigação sobre a edição científica, as empresas que a editam e o domínio que tendo sobre o mercado que se reflecte no controlo da infraestrutura académica.
Já escrevi sobre este tema, alertando para a mudança de paradigma da publicação, que enormes implicações produz no modo de produção científica. O último foi “Edição científica. Pirataria e Acesso Aberto” em 10 de Outubro de 2017 no http://bibvirtual.blogs.sapo.pt/edicao-cientifica-pirataria-e-acesso-165716 anteriormente tinha referido os dois grandes gigantes da edição científica sendo um deles a Elsevier, objecto de estudo deste novo artigo de Posada e Chen. Foi também em http://bibvirtual.blogs.sapo.pt/crescimento-da-industria-de-edicao-158201 com o título: “Crescimento da indústria de edição científica” em 21 de Março de 2017.
Tudo começa quando as empresas de publicação científica ocupam o terreno deixado vago pels editoras institucionais. Imensas editoras foram sugindo no mercado. E o mercado tornou-se um negócio para empresas financeiras que foram efectuando aquisições e dominam hoje o mercado. Serão umas seis empresas, sendo a Elsevier que agora é objecto deste caso de estudo uma delas, com 16,4 % de toda a publicação em Ciências Sociais e Humanas.
Essas financeiras que controlam as editoras estão investindo no segmento das ferramentas de análise de dados. Dessa forma passama controlar o conjunto do ciclo de produção científica. E também por isso passam a ter possibilidade de controlo sobre os investigadores e daí à determinação das frentes de pesquisa será o último e pequeno salto.
Posada e Chen [2017] alertam para duas possíveis consequências. O aumento da dependência dos investigadores e das instituições e o aumento da desigualdade global do conhecimento.
E dessa forma o controlo de todo processo de produção científica passa para a mão de empresas financeiras. Podemos estar a falar de financeirização do conhecimento.
O artigo refere ainda as questões do valor da investigação que as empresas de edição não pagam e o facto de lucrarem por esse valor não remunerado aos investigadores.
Concluem os autores que “a comunicação académica não deve ser apenas aberta, mas também deve ser sem fins lucrativos.” E que “Existe uma necessidade urgente das comunidades de investigação e das agências públicas de colaborarem em recuperar a infraestrutura em torno do processo de produção de conhecimento académico.” Posada e Chen. [2017]
Consideramos que é importante continuar a desenvolver a política de Repositórios de Acesso Aberto e que as feramentas e serviços de análise de dados de citações e factores de impacto passem por instituições públicas de modo a garantir maior independência aos investigadores e maior transparência no acesso aos investimentos canalizados por via desses rankings.
António Borges Regedor
Mais uma vez Zafón a entusiasmar. Já anteriormente, aqui no blogue, referi outros dois livros deste autor. “O Jogo do Anjo” (2008) e “A sombra do vento” (2016). Agora é “O labirinto dos espíritos”, editado em Espanha pela Corelliana em 2016.
“Havia já tempo que se prognosticava uma jornada de desastres bíblicos sem conta que iam açoitar Barcelona, cidade de livros e flores, no dia da mais bela de todas as festas” Assim diz Carlos Ruiz Zafón em “O labirinto dos espíritos”, editado em Espanha pela Corelliana em 2016. p. 766.
E seguem-se outras:
“O que tem de comeaçar a fazer, Fernandito, é evitar que sejam os outros a escrever-lhe o diálogo. Use a cabeça que Deus lhe plantou sobre as cervicais e faça você mesmo o libreto, que a vida está cheia de malandros hávidos de encher a cabeça do respeitável com as parvoíces que lhes convêm para continuarem montados no burro e de cenoura em riste” É uma citação de “ p . 575.
“Uma história é um labirinto infinito de palavras , imagens e espíritos esconjurados para nos revelar a verdade invisível a respewito de nós mesmos.” p. 787
“Continuava a confiar em que um dia os deuses do Parnaso se apiedariam de mim e me permitiriam aprender a contar histórias” p. 802
António Regedor
Costumo ser exigente com os eventos a que assisto. Até porque por motivos profissionais já produzi alguns e sei o que custa, e especialmente o que custa fazer bem. Quem me conhece, ouve-me frequentemente apreciar os eventos com a expressão: - sim, foi interessante. Não passar daí, mas simultâneamente ser condescendente por respeito ao trabalho que considerar esforçado.
O sexta-feira 13 de Montalegre a mim, deixa-me a pensar se não será obra de bruxedo. Um evento que terá começado por simples bincadeira é dos mais significativos eventos temáticos do país. Sei que a ambiência ajuda. Afinal Montalegre tem vários pontos de paisagem que podem ainda ser testemunho dos carvalhais celtas por onde a fada Morgana e o mago Merlin se passeariam. A autarquia que é exemplo de localidade onde melhor se produz a economia de eventos, responde positicamente ás necessidades de organização deste evento de qualidade única no país. Faz apenas a sua parte, e bem, porque o evento é de todo o Concelho.
O espaço muda de tempo. A cidade passa de um dia para o outro a ser pedonal. Os largos empedrados enchem-se de barracas de artífices do ferro do couro e outros materiais, tendas de reconforto do estômago, cartomantes, bruxos e adivinhos do futuro, abrigos de escudeiros, músicos e pantomineiros. As gentes, locais e forasteiros, usam roupas de burel ou estopa na falta do cânhamo de outros tempos. Caras pintadas, chapéu em cone, longas capas pretas que tapam meias rotas e calças rasgadas e de onde realçam as botas bicudas. É o traje da população e de todos os que ai demandam no dia 13. Cruzamo-nos com gaiteiros e tocadores de tambor, com malabaristas e faroleiros, com bailarinas, e escudeiros. À noite por todas as ruas a queimada aquece o ar, o corpo e a alma. Ainda longe do castelo, já se ouvem as falas das bruxas, o piar dos mochos. Todos ao castelo onde há festa, teatro, música, dança, luz, som, sombras, figuras animadas e actores e cantores. O céu estrelado é aumentado com mais estralado do fogo de artifício. A noite não é escura e a festa perdura. Não há bruxo que não dance nem bruxa que não encante.
António Borges Regedor
No Parque Nacional da Peneda-Gerês, já do lado do Concelho de Montalegre, há uma ponte que se impõem pela altura a que se encontra em relação ao rio. A visão que se tem dela é a de algo que aparenta estar a ser comprimida pelas margens do rio e aimultâneamente suportando a massa rochosa das duas encostas. Chama-se Ponte da Misarela. Está construída sobre o Rio Rabagão à distância de um kilómetro da sua foz que é o Cávado.
É uma ponte de estilo românico, portanto construída na Idade Média. Sua reconstrução deu-se no século XIX. Sendo certo que em 1809 foi atravessada pelas tropas de Napoleão comamdadas por Soult. Numa placa colocad no local, há registo de enfrentamento com elementos da população.
Volta a ser palco de contenda em 1837 durante a guerra civil que opôs liberais a absolutistas.
A ponte é mais conhecida por motivo da lenda que a ela se liga e que respeita ao culto da maternidade. As mulheres com dificuldades de maternidade, deveriam acompanhadas por mais dois homens aguardar o primeiro passante na ponte que lhes baptizaria a criança ainda na barriga. Os nascidos rapazes chamar-se-iam Gervásios e as raparigas, Senhorinhas.
A ponte está classificada como Imóvel de Interesse Público desde de 30 de novembro de 1993.
António Regedor
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