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“A verdade é que ali estava naquela manhã, na biblioteca da Real Academia Espanhola – ocupo o cadeirão da letra T há doze anos - , parado diante da obra que compendiava a maior aventura intelectual do século XVIII: o triunfo da razão e do progresso sobre as forçs obscuras do mundo então conhecido. Uma exposição sistemática em 72 000 artigos, 16 500 páginas e 17 milhões de palavras que continha as ideias mais revolucionárias do seu tempo, que chegou a ser condenada pela Igreja católica e cujos autores e editores se viram ameaçados com a prisão e a morte. Interroguei-me como é que aquela obra, que durante tanto tempo estivera no Índiced de livros proibidos, tinha chegado ali. ... Estendi as mãos, peguei num deles e abri-o na folha de rosto: Encyclopédie, ou dictionnaire raisonné rdes sciences, des arts et des métiers, par une societé de gens de lettres. Tome premier. MDCCLI. Avec approbation et privilege du roy.” (p.12)
Pérez-Reverte, Arturo – Homens Bons. Alfragide: Asa, 2016
“Ao fim de uma dezena de minutos a dedilhar o teclado, teve de se render e sorriu para Joaquim Heliodoro: a verdade, disse, é que ainda há muitos pormenores a que não temos acesso.
Sabe?, interrompeu Joaquim Heliodoro, tenho quase a certeza de que uma pesquisa mais longa e em língua alemã, acabaria por conduzi-lo à resposta, a inha experiência é que encontramos tudo, enfim, quase tudo, desde que aprendamos onde procurar, ou melhor, através de que palavras e sítios devemos procurar, embora seja impossível encontrarmos as totalidades de que todos os fragmentos fazem parte, porque essas só a experiência e o tempo constroem.
Gomes, Paulo Varela – Hotel. Lisboa: Tinta da China. 2014 pp. 234-235
(Prémio P.E.N. Clube Português de Novelística 2015)
O texto remete para a reflexão do hipertexto em dois sentidos. A sua pré-existência no texto que comporta notas de rodapé e explicativas, e a sua versão em internet que pelo surfar nos leva a perder a noção de princípio e fim de texto.
“De facto, aquilo que joaquim Heliodoro examinava com mais vagar em livros ou artigos de história, de filosofia, de teoria da literatura, eram as notas de rodapé, de preferência apenas estas, não as de fim de capítulo e menos ainda as notas colocadas no fim da obra, como era hábito nos livros académicos americanos, dificílimas de ler por estarem longe do texto que acompanham, e não constituindo portanto, como Joaquim Heliodoro pensava, a primeira versão do hipertexto, sim, as notas de rodapé são hipertexto, quer dizer, aquele dispositivo que a internet reinventou e aperfeiçoou através do qual todos os conceitos e nomes presentes num texto remetem para outros nomes e conceitos, e assim sucessivamente, numa teia infinita ao longo da qual o sentido se perde definitivamente, a ponto de podermos facilmente esquecer-nos de como começámos, de onde é que viemos, o que é que queremos, viajando, sem destino...”
Gomes, Paulo Varela – Hotel. Lisboa: Tinta da China. 2014. Pp. 169
(Prémio P.E.N. Clube Português de Novelística 2015)
António Regedor
A propósito de uma tal porcaria que anda aí na praça a ser arengada como livro, recordo os estudos de indústria editorial que fiz na Universidade de Salamanca. Começo por dizer porcaria anunciado como livro, porque o livro já foi outra coisa que aquilo que hoje é, ou não é. Depende do produto em que nos queremos fixar. O livro pode ser registo de conhecimento, nota ética, apontamento de património, memória histórica, objecto literário e mais modernamente produto industrial de consumo de maior ou menos qualidade, ou mesmo embalagem tóxica. E no caso de produto comercial de fraca ou reles qualidade, destinado a ser vendido em quantidade, para além da sua produção e camuflagem da qualidade, necessita da promoção. Aprendi em Indústria Editorial que a venda em massa depende do tema do momento ser controverso ou do interesse irracional, e os políticos do momento estão dentro do parâmetro; ser de ligeireza do tema evitando a reflexão, ponderação, e exigência de forma e conteúdo, e por isso vemos no escaparate livros das mais variadas gentes, disparates e banalidades. Mas a promoção do livro/mercadoria é ainda mais importante. Ela deve ser polémica. Criar um facto político ou social. Atrair a atenção através de um factos crítico que leva ao impulso da compra por curiosidade, interesse ou voyeurismo. A polémica atrai a atenção. Quanto mais irracional melhor. Põe todos a falar da mercadoria/livro ao mesmo tempo e o lançamento deve ser o corolário desse crescendo polémico.
Tudo passa depois da venda. O produto é para deitar fora. Depois desse outra promoção se seguirá. A tinta não pode secar, o papel não pode oxidar, a indústria editorial não pode parar.
António Regedor
Já comprei este novo romande de Arturo Péres-Reverte, " Homens Bons", autor cuja escrita muito me agrada desde ‘A Raínha do Sul’ (2003) , o primeiro que li dele, ou o ‘Cemitério dos Barcos sem nome’(2005); 'O Hussardo' (2006); 'O pIntor de Batalhas' (2007); ou o fabuloso ‘O Tango da Velha Guarda’(2013), um livro que me entusiasmou, me deu imenso prazer a ler e prencheu imenso do meu quotidiano. Procuro neste livro, tal como o autor anuncia, um conforto contra o obscurantismo. Da luz contra as trevas. Da cultura contra o fanatismo.
No século XVIII o cristianismo era factor de retrocesso civilizacional, hoje é o islamismo o mecanismo de retrocesso, ódio, conflito. Arturo Péres-Reverte, pessimista , afirma que perderemos a guerra com o islão. Espero que neste aspecto, o autor que tanto aprecio, não acerte a premonição.
António Regedor
Em 2000 participei no programa PAB (Programa de Análise de Bibliotecas) financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian em parceria com a Fundação Bertelsmann da Catalunha. Em Portugal a Rede de Bibliotecas da FCG, constituia o SBAL (Serviço de Bibliotecas e Apoio à Leitura) dirigido á época por Vasco Graça Moura e por Helena Melin Borges. Foi uma direcção que percebeu a necessidade de requalificar a rede de bibliotecas gulbenkian, e empreendeu a tarefa. Percebi que o alcance do projecto pretendido ia para além da análise e avaliação de bibliotecas públicas com vista a obter um modelo de referência para e o SBAL e Rede Gulbenkian.
O estudo estatístico rigoroso, pormenorizado e analisado servia a gestão e a direcção estratégica da biblioteca, e constituía de forma não menos importante a função de imagem, marketing e de confiança para os financiadores. Foi um período em que as bibliotecas públicas do projecto tiveram financiamento público e privado.
Foi exactamente esse argumento que utilizei para mobilizar e motivar os colaboradores da Biblioteca de Espinho. E que deu bons resultados. Melhorou-se nas colecções e na informatização, na extensão cultural e na capacidade material de resposta, nos outputs. O mais visível foi o facto de a partir daí a biblioteca de Espinho passar a ter uma carrinha itinerante que foi oferecida pela Fundação Calouste Gulbenkian. (Ainda hoje sinto a enorme satisfação de ter retirado a carrinha da garagem da Gulbenkian para a entregar ao funcionário da Câmara de Espinho, o “Zé bombeiro”, que a conduziu até esta cidade).
A IFLA (Federação Internacional das Associações de Bibliotecas) aprovou em 2010 o Manifesto para as Estatísticas de Biblioteca que refere essa posição. Citando a IFLA:
“Las estadísticas bibliotecarias son necesarias para una gestión eficaz de las bibliotecas, pero aún lo son más para promocionar los servicios de la biblioteca entre los diferentes tipos de actores (...) Las estadísticas que están dirigidas a los responsables de las políticas, gestores y financiadores, son esenciales para decidir sobre niveles de servicio y planificación estratégica para el futuro.”
O mesmo tenho dito aos meus alunos de análise e avaliação de bibliotecas e centros de documentação. As estatísticas de biblioteca, não têm apenas a visão negativa da métrica do trabalho aí efectuado. Quando se trabalha bem, não há que ter medo das métricas. Elas servem essencialmente para valorizar a imagem e denotar as competências.
O que significa ‘digital humanities’? Existe a discussão a seu propósito e a propósito do neoliberalismo (Allington, et al, 2016). Também por isso trâs autores (David Rheams (drheams@masonlive.gmu.edu), Tai Neilson (tneilson@masonlive.gmu.edu) e Lewis Levenberg (llevenbe@gmu.edu). propõem-se receber contribuições para a elaboração de um Handbook of Methods in the Digital Humanities. Os temas foco são:
Content analysis / textual data mining
- Critical code studies
- Visual analysis
- Physical digital structures
- Online interviews and ethnography
- Network analysis
- Political economy
- Communications / media studies
- Archives
- Big data
- Dark web / the illicit
- Collaborative research
- Presenting research
- Information aesthetics
- Procedural literacy
Se a alguém interessar, tem oportunidade de colaborar.
A 9th Qualitative and Quantitative Methods in Libraries International Conference (QQML2017, http://www.isast.org) realiza-se de 23 a 26 de Maio de 2017 em Limerick, Ireland.
Entre outros , o encontro prevê tratar assuntos como:
Data Mining, content analysis, taxonomies, ontologies
Open Data, Open Access, Analysis and Applications
Big Data and its Management
Information Ethics
Information and Knowledge Management
Synergies, Organizational Models and Information Systems
Multimedia Systems and Applications
Computer Networks and Social Networks,
Health Reference and Informatics
Information Technologies in Education
Decision making in service innovation
E hoje é mais um dia de leituras, porque é quinta.
No auditório da biblioteca Almeida Garrett.
Dedicada à editora &etc.
A par da mais velha profissão do mundo, que se praticava junto dos templos, e que fazia parte desse ritual de culto às divindades, ouso dizer que as bibliotecas são igualmente das mais antigas instituições do mundo. Claro que ninca foram como são hoje e, seguramente, amanhã serão diferentes, mas nunca deixarão de ser bibliotecas. Podiam até ser um punhado de livros, desses que um dos concílios veio a escolher, descartando alguns e compilando outros para em votação muito dividida nas escolhas viesse a constituir mais um livro para a generalidade das bibliotecas. As bibliotecas estão, como sempre estiveram, em permanente questão e remodelação. Nunca deixou de se repensar as bibliotecas desde o momento em que existem.
Esta reparo, mais que reflexão, foi-me suscitado pelo convite público do Departamento de Biblioteconomia e Ciência da Informação da Universidade de Calcutá, para contribuir com um trabalho de investigação para uma monografia a editar com ISBN intitulado:
“Rebooting Public Libraries for the 21st Century to Recreate the Future”
Ao ler os objectivos do livro pretendido, ficamos com uma leve ideia do panorama das bibliotecas públicas da Índia. A sua origem remonta à colonização inglesa. Mas depois da independência as bibliotecas têm sofrido um processo de erosão. Com e evolução do digital, da net, as bibliotrecas na Índia perdem ainda mais relevância social . Isso preocupa os académicos, especialmente os que estudas as áreas da ciência da informação. Daí este projecto de livro.
Send your Inquiries and Submission of soft copy of your paper to plsemcu@gmail.com
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