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Émais um livro sobre livros e escritores. Dos esquecidos e dos promovidos. Dos de folha de rosto e dos ghostwriter. E de livreiros por vocação e conheciento e de editores que poderiam de igual forma ser açougueiros.
Quem estuda Ciência da Informação na temática de edição e indústria editorial, tem neste livro temas para várias teses.
António Regedor
Para quem pensa que ciência da informação é só bibliotecas e arquivos, aqui está uma notícia de um dos ramos da ciência da informação. A cienciometria.
“Vai realizar-se en Salvador de Bahia (14-16 sep. 2016) o seminário:
PRODUCIÓN CIENTÍFICA Y TRANSVERSALIDAD DE LOS ESTUDIOS MÉTRICOS. É uma organização da Universidad Federal de Bahia (UFBA) e do Instituto de Investigaciones Avanzadas sobre Evolución de la Ciencia y la Universidad, da Universidad Carlos III de Madrid (UC3M) e da Universidad Autónoma de Madrid (UNAM)(ES).
O programa e as condições de participação estão em:
O edifício ocupa um dos cantos do quarteirão que constitui o Jardim central. O Jardim João de Deus para onde conflui a Rua 19 que vem de nascente e avista o mar. E ainda Avenida 24 que traça uma linha Norte-Sul. É a zona de serviços onde se localiza a Câmara, Tribunal, Finanças e claro a Biblioteca com formato rectangular que respeita a quadrícula da malha urbana local. Soalheira e de grandes transparências. Com um claustro em relva pontuado com três oliveiras e protegido do vento e também espaço de fumadores. É também utilizado para diversos eventos culturais quando está bom tempo. Não tem uma, mas duas entradas. Liga a Avenida ao Jardim pelo seu interior. Neste foyer da sala polivalente está localizada de forma informal a zona de periódicos e audiovisuais. Mas também aqui se pode almoçar. Faço-o algumas vezes. Ainda hoje uma das mesas era ocupada pela Vereadora da cultura que almoçava com alguns técnicos municipais e o júri de um dos concursos promovidos pela autarquia. Noutra mesa um grupo de voluntários que realizam há muito tempo e ininterruptamente sessões de contos. Reconheci nesse grupo uma professora que colabora com a biblioteca há cerca de trinta anos. Para tomar café, abeirou-se de nós um professor e poeta, que anima uma sessão de poesia na biblioteca há mais de 20 anos e que é especialista em Manuel Laranjeira, um dos autores que fortemente está ligado a Espinho. O patrono da Biblioteca é José Marmelo e Silva, outro escritor de referência a Espinho. As mesas estão equipadas com corrente eléctrica e possui rede wireless. Foi numa dessas mesas da bibliotecas de Espinho que escrevi este retrato.
António Regedor
Quis a fortuna que passasse profissionalmente pela Casa do Infante – Arquivo Histórico Municipal do Porto. Foi grande e decisiva a aprendizagem que aqui fiz. Recordo saudosamente os tempos aí passados. Os experientes técnicos com quem trabalhei. Os técnicos que vi emergir. O adquirir de competências. O evoluir pessoal e profissional dos colaboradores do Arquivo Histórico.
Recordo o Arquivo Histórico ainda sem se ter expandido para a casa de gaveto da Rua da Alfãndega onde funcionou o CRUARB. Recordo o início da instalação do laboratório de restauro de documentos gráficos e a formação em restauro proporcionada a um grupo de funcionários que me incluía. Recordo saudosamente a Amélia e o início do ciclópico trabalho de restauro dos deguerreótipos, (acompanhada da Madalena que aparece no vídeo).
Há no entanto algo que me preocupa e que me impele a uma premonição. É o facto de a carreira de Técnico de informação e Documentação, de Bibliotecário, de Arquivista e de Documentalista terem deixado de ser carreiras específicas na Administração Pública quer central quer local. Hoje em dia não é exigida habilitação académica específica para trabalhar nestes serviços específicos e de grande complexidade e competência técnica (Bibliotecas, Arquivos e Centros de Documentação e de Informação). Hoje, qualquer licenciado em culinária ou costura pode concorrer a estes lugares da Administração Pública. E porque não há necessidade de habilitação específica, a procura destes cursos altamente especializados decaíu. E não havendo alunos, vai deixando de haver oferta formativa.
As competências, o conhecimento, o profissionalismos dos técnicos que vimos nas imagens vão acabar nesta geração de competências. O que se vai seguir é um hiato técnico e de competências específicas para dar continuidade a todo este trabalho que todos consideramos positivo, excelente, meritório e fundamental para a preservasão da memória e prova documental administrativa.
Compreendo que não ter legislação adequada nem pessoal habilitado e com autoridade legal nos Arquivos do Estado, dê muito geito a quem tem vantagem em fazer desaparecer arquivos de submarinos, swaps e outros inconvenientes.
António Regedor
A política cultural, enquanto conjunto de medidas e iniciativas de apoio institucional promovidas pela administração pública ou organizações civis, concretiza-se por uma série de direitos reconhecidos aos cidadãos. Por seu lado, o processo histórico de constituição da política cultural, em sentido estrito, como categoria de intervenção pública do Estado é um fenómeno relativamente recente, conforme adianta Albuquerque (2011).
“Ora, em Portugal, a génese da cultura como categoria de intervenção pública é relativamente recente, e a sua institucionalização, ou mesmo a existência de «políticas culturais públicas», é (ainda) amplamente questionada”. (Albuquerque, 2011: 95).
A política de informação, perfilando-se no âmbito da política cultural, é atualmente reconhecida como um direito, evoluindo de acordo com o ritmo da evolução social, ou seja, com o surgimento da necessidade de diferentes tipos de informação num determinado momento histórico, mas também com as exigências económicas, sociais e profissionais de determinada época.
Na mesma linha de pensamento, Campillo Garrigós (1998) defende a ideia de que a política de informação e a política cultural convergem na política bibliotecária. O âmbito decisório tem lugar tanto na política cultural como na política de informação.
Garcia Martínez (2005) considera ainda a informação científica e técnica integrando-a nas estruturas de decisão científica, distinguindo-a da informação geral que corresponde às necessidades formativa, informativa ou recreativa que, historicamente, se identificam com a leitura pública e que se inserem na política cultural em geral.
As políticas culturais, tal como as conhecemos actualmente, têm origem no século XX. Bouzada Fernández (2007) situa a origem das políticas culturais no período compreendido entre os anos trinta e os anos sessenta do século XX.
As políticas culturais resultam da relação estabelecida entre os agentes políticos e os agentes culturais, como seguidamente demostraremos.
Para Dubois (1999), são designadas políticas culturais os processos institucionais, ou seja, práticas de intervenção que vêm agregar e dar sentido a um conjunto necessariamente heteróclito de atos, discursos, despesas e práticas administrativas.
Silva (2003) entende a política cultural como um sistema de relações entre lugares, recursos e sujeitos, dotado de autonomia estrutural que é produzido fundamentalmente pelos agentes políticos, a montante das instituições e dos agentes culturais.
A afirmação das políticas culturais como essencialmente públicas, é defendida por Costa (1979) “As políticas culturais contemporâneas são no essencial políticas públicas (estatais ou não só – é outra questão a debater), geradas em contexto de reflexividade social institucionalizada e objeto de controvérsia no espaço público” (Costa, 1979: 11).
Mais recentemente, Garcia Martínez (2005) entende que as políticas culturais se devem fundamentalmente à implantação do modelo de Estado de bem-estar social na Europa, e assim coloca-as em meados do século XX, no caso do continente europeu. As políticas culturais são, sob este prisma, reflexo dos avanços civilizacionais que se vão enunciando na filosofia das Luzes, na assunção do ideal de cidadania saído da Revolução Francesa (1789), no processo de consciência da liberdade do sujeito/indivíduo, em ordem à progressão dos movimentos liberais que se expressam claramente a partir do século XIX.
“La idea del hombre como protagonista del progreso social conduce al reconocimiento jurídico del derecho a la cultura, como derecho humano a tener acceso y participar en la vida cultural de la comunidad. Este derecho a la cultura es el elemento fundamental de la política cultural moderna.” (Garcia Martínez, 2005: 21)
Parece-nos claro que para além das referências aos avanços civilizacionais de expressão cultural devidos, nomeadamente ao movimento das Luzes, ao enciclopedismo e à valorização da ilustração dos indivíduos, haverá que contar também com o ideário da Revolução Francesa, a crescente consciência da cidadania e o liberalismo, corrente que concedeu primazia à realização do indivíduo.
Por seu turno, devemos igualmente considerar a influência do pensamento social marxista da consideração do direito democrático do usufruto dos bens culturais, da democratização das políticas culturais abrangendo todas as classes e, igualmente, da afirmação do direito à informação, à cultura e ao conhecimento como bens que, democraticamente, devem estar ao alcance de todos. Esta influência é claramente visível no período «áureo» das políticas culturais (anos cinquenta e sessenta do século XX) e, consequentemente, teve os seus reflexos nas políticas biblioteconómicas do pós-guerra, coincidindo com o período compreendido entre a década de trinta e a de sessenta do século passado, a que alude Garcia Martínez (2005).
Albuquerque, Luísa Arroz (2011) - “Política cultural: conceitos e tipologias”, Cadernos PAR, nº 4 (Mar.), pp. 91-97.
Campillo Garrigós (1998) – La gestion y el gestor del patrimonio cultural, Murcia: Editorial KR.
Garcia Martínez, Ana Teresa (2005) - Sistemas bibliotecários. Análisis conceptual y estructural, Gijón: Edições Trea.
Dubois, V. (1999) - La politique culturelle – genése d’une catégorie d’intervention publique, Paris: Ed. Belin
Costa, Rui Barbot (1979) - Para o estudo do analfabetismo e da relutância à leitura em Portugal, Porto: Brasília Editora.
António Regedor
Anadia recebe, nos próximos dias 3 e 4 de março, a 1ª Conferência Internacional da Rede de Bibliotecas Municipais da Região de Aveiro, uma organização da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA). .
A Rede de Bibliotecas da CIRA surgiu no contexto da missão da CIM Região de Aveiro, que prevê a coordenação de projetos e de serviços partilhados e o exercício regional de competências descentralizadas. É hoje uma referência nacional, tendo recebido, recentemente, o Prémio “Boas Práticas em Bibliotecas Públicas”, promovido pela DGLAB. Assenta no desenvolvimento de um trabalho colaborativo entre as Bibliotecas Municipais de Águeda, Albergaria-a-Velha, Anadia, Aveiro, Estarreja, Ílhavo, Murtosa, Oliveira do Bairro, Ovar, Sever do Vouga e Vagos.
Nos últimos 30 dias o livro Ciência da Informação foi consultado, através do ‘academia’ em Maputo, no Brasil, além das inúmeras consultas em Portugal. Curiosamente duas consultas em Habana.
http://edicoes.ufp.pt/product/comunicacao/ciencia-da-informacao-contributos-para-o-seu-estudo
Os Sistemas Bibliotecários no Contexto das Políticas Culturais
As bibliotecas têm-se afirmado nas vertentes educativa, instrutiva, cultural, erudita, popular ou, inclusivamente, ideológica, informativa, formativa, lúdica e patrimonial. Dependendo das épocas, do desenvolvimento sociocultural e técnico, a biblioteca tem tido todas essas dimensões e facetas. Por conseguinte, as bibliotecas não são, nem tão pouco podem ser pensadas como equipamentos isolados do contexto social e político. Elas correspondem a estádios de desenvolvimento civilizacional, tal como a sua longa história salienta. A origem, as tipologias, as características, as técnicas de tratamento, a custódia documental e o relacionamento com os públicos desenvolvem-se em movimentos consonantes e ajustam-se em conformidade com os modelos de desenvolvimento e práticas bibliotecárias adotadas.
Até meados do século XIX, a biblioteca limitava-se a servir os objetivos da entidade tutelar. Era um equipamento isolado cuja coleção se constituía segundo os gostos, interesses e propósitos dos seus possuidores. Assim foi nas bibliotecas reais, monásticas e episcopais, mas também nos casos de bibliotecas mais pequenas de burgueses, comerciantes ou intelectuais, e de eclesiásticos ou académicos. Em todos estes casos, em rigor, não se pode considerar existir uma política bibliotecária.
No entanto, numa perspetiva mais ampla, podemos admitir que ao longo da história se verifica a existência de sistemas de bibliotecas, ou seja, a existência de unidades independentes que visam objetivos inerentes a essa unidade. São exemplos desta evidência, a extensa rede de bibliotecas medievais que se relacionam entre si na cópia de textos e que, dessa forma, participam de um interesse mais geral inerente a cada uma em particular: o de recolha, preservação e cópia do conhecimento tido à época.
O mesmo se verifica com as bibliotecas das universidades medievais. Estas com uma estrutura mais complexa, já que integravam um elemento novo, o estacionário, facilitador e garante da cópia e de originais múltiplos. Estamos pois na presença de um incipiente sistema bibliotecário, se bem que não haja ainda uma política bibliotecária.
Na modernidade, os Estados ao reconhecerem a importância das bibliotecas nas suas políticas culturais e educativas, naturalmente que procuram legislar sobre elas, dando coerência à sua criação, funcionamento e objetivos. A ligação e orientação da diversidade de bibliotecas por princípios normativos leva-as a constituírem-se como sistemas.
Bibliotecas, Informação, Cidadania.Políticas Bibliotecárias em Portugal. Séculos XIX-XX
ABSTRACT
The aim of this dissertation is to find a valid scientific answer to the reason why, throughout the history of public libraries, particularly in the 19th and 20th centuries, was a national network of public libraries not consolidated, even though the numerous efforts made to attempt it, especially in the production of laws.
In part one, the work starts by analyzing cultural policies and their impact on information policies, bringing context to library systems. As we explain in the study, different ideological approaches and social policies of the cultural and information policies naturally determine different library systems.
It was also analyzed is this focus the creation and development of Information Science’s theories, looking to identify the influences and contributions that this modern field of knowledge has acquired from the different philosophical and political ideology ideas throughout time.
The library systems analysis was focused on the international organizations that reflect, propose, promote and make an international influence on the adopted policies by different nations; in particular the organization that conglomerates all library associations and the United Nations division which is UNESCO. The description of organizations that divulge international library policies is also contemplated.
Part two of the study diachronically develops and analysis the implementation process and growth of libraries and public reading in Portugal, from the public opening of private libraries (by the end of the 18th century), to the trajectory and evolution of the public libraries network’s creation, in context with the most relevant historical periods (Liberalism, Republic, Estado Novo and Democracy).
The third and final part of this study consists on the empirical study of the Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, through its evaluation. The objectives and hypothesis of the inquiry are introduced, followed by the presentation of the work methodology, and the study case component that consisted on two different questionnaires sent to the political agents responsible by the network and the public libraries’ technicians throughout the country.
By fulfilling the objectives intended at the beginning of the study we have confirmed the hypothesis related to the importance of library policies, and we also show its frailties.
Caminhava só. Por si só, ao acaso, por infortúnio e sem destino. Convergiu com um outro viajante do acaso e do mesmo fado para o mesmo trilho. Encontraram-se, caminharam juntos. O caminho tornava-se mais suave em parceria. Foram riscando mapa, traçando rumo, indicando azimute. Crescia o ânimo na caminhada, vislumbrava-se o mais fácil contorno dos obstáculos. Quando as veredas assustavam menos e o horizonte parecia trazer acalmia, um deles sai do trilho traçado, caminha ao lado mas desligado, segue cada um por si em paralelo, caminham juntos mas não em conjunto.
Ao caminho feito, não há como desfazê-lo. O percorrido em conjunto é indivisível. O trilho tornou-se penoso, sombrio, agreste, vazio. Sem ponto conspíscuo.
António Borges Regedor
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