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Porquê tão boa encadernação para nenhuma leitura?
Numa estante de alfarrabista, no meio dos livros brochados, vi um livro de capa dura, que se destacava pela lombada negra lisa, mas com dourados a imitar os nervos e ainda dois entrenervos rubros e os restantes também dourados. Um entrenervo rubro com o rótulo do nome do tradutor e outro com o título. Um livro que se apresenta como anónimo e que Camilo traduziu cujo título é “A freira no subterrâneo”. Apenas no corte de cabeça foi dada a cor vermelha, hoje com aspecto de algo desbotada pelo tempo. O livro não tem expressa a data de edição na folha de título, nem no cólofon apesar de este indicar a casa impressora. De certeza apenas podemos afirmar que esta edição será posterior a 1874, segundo informação colhida na advertência do tradutor à 2ª edição.
Mais de um século andou este exemplar que possuo por uma ou mais estantes até chegar à estante do alfarrabista onde o comprei, sem que tivesse sido lido. Os cadernos ainda estavam fechados. Sou eu que os estou a abrir para o poder ler.
Qual a razão tão boa encadernação para nenhuma leitura?
António Regedor
Amor de perdição - localização do quarto de Teresa no romance de Camilo, na edição de:
Castelo Branco, Camilo – Amor de Perdição. Porto: Domingos Barreira, 1943.
Tenho tentado localizar o quarto e essencialmente o Mirante de onde Teresa acenou a Simão quando este já no barco passava diante do Convento de Monchique a caminho do degredo.
O Convento foi construído por vontade e doação da fortuna de Pêro da Cunha Coutinho casado com Brites de Vilhena. Tomou o nome de Convento da Madre de Deus de Monchique de Miragaia. Era feminino e pertencia À Ordem dos Frades Menores, ou seja, dos Franciscanos.
Pela leitura do romance de Camilo ficamos a saber:
“Ia alta a noite, quando Teresa, sentada no seu leito, leu esta carta. Chamou a criada, para ajudá-la a vestir. Mandou abrir a janela do seu quarto e encostou as faces às reixas de ferro. Esta janela olhava para o mar, e o mar era nessa noite uma imensa flama de prata; e a Lua, esplendidíssima, eclipsava o fulgor dumas estrelas que teresa procurava no céu.” (p.169)
“Cruzou os braços Simão, e viu através do gradeamento do mirante um vulto (*). Quando escrevi este livro ainda existia o mirante. Agora, lá, ou por aí perto, está um salão de baile… (nota da 5ª edição). (p. 230)
“Às nove da manhã pediu a Constança que a acompanhasse ao mirante, e, sentando-se em ânsias mortais, nunca mais desfitou os olhos da nau, que já estava de verga alta, esperando a leva de degredados.”
“Foi então que Simão Botelho a viu.” (p.232)
“Simão encostou-se à amurada da nau, com os olhos fitos no mirante. Viu agitar-se um lenço, e ele respondeu com o seu aquele aceno. Desceu a nau ao mar, e passou fronteiro ao convento. Distintamente Simão viu um rosto e uns braços suspensos das reixas de ferro;…
De repente aquietou o lenço que se agitava no mirante, e entreviu Simão um movimento impetuoso de alguns braços e o desaparecimento de Teresa.” (p..233).
O quarto seria então virado a sul, com vista para o rio, e o mirante, provavelmente a poente de modo a permitir ver o cais da ribeira e a zona de sobreiras a jusante. Na foto será talvez a zona onde a ruina a poente apresenta uma secção quadrada. Talvez tenha sido aí o mirante.
António Regedor
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