Quinta-feira, 29 de Junho de 2006
A UFP está a dar início ao seu Congresso Internacional sobre Cidadanias: discursos e práticas.
Ora aqui está um belo tema para trazer a discussão, numa vertente que, confesso a ignorância, não faço a menor ideia se vai ser ou não aboradada naquele Congresso.
Desculpem o meu mau humor, mas a questão que proponho a discussão é:
-Se sabemos que o acesso aos bens culturais/informacionais é que faz com que as pessoas sejam cidadãos informados, e, portanto, cidadãos de pleno direito em Estados Democráticos.
-Que é esse acesso que transforma o seu meio socio-cultural (e, por acréscimo económico) num meio onde vale a pena viver porque, precisamente, as pessoas são cidadãs e cidadãos e não meros instrumentos de trabalho quase escravo, cuja mente não deve ser despertada para além do circo de celebridades mais próximo.
-Se nos revoltamos quando nos informam que não podemos ouvir a música que compramos on-line noutro reprodutor que não aquele para onde fizemos o download (imaginem se o download foi feito numa biblioteca, hein? Boa! Quer ouvir música em casa?, Paciência!).
-Se sabemos isto tudo e temos consciência de muito mais, porque é que continuamos a ser complacentes (senão coniventes), com aquela camada de investigadores e intelectuais que se enfunam como velas à Nortada sempre que se lhes fala em disponibilizar numa biblioteca digital os seus doutos textos - mesmo com a garantia da utilização dos mecanismos informáticos preservadores dos direitos de propriedade intelectual . os afamados DRM?
-Porque é que não se desmascara, pelo que realmente é, a atitude "eu quero ver tudo e saber tudo o que fazes, até porque se eu te citar, tens imensa sorte; mas nem sequer me peças para ver a dissertação, que até já defendi há sei lá quantos anos, senão processo-te! Ainda me plagias..."
-Afinal, muitos desses cidadãos gritam aos quatro ventos o seu empenhamento na evolução cultural do país e da nossa investigação: "Porque são cidadãos informados e lhes pesa o atraso socio-cultural dos seus irmãos pátrios..." Faz-me lembrar aquela história infantil da "Roupa Nova do Rei".
Afinal, que cidadania é essa?
Cristina Mouta
Sábado, 3 de Junho de 2006
Quanto à necessidade de as crianças carregarem grandes mochilas de livros para a escola, gostaria de fazer alguns comentários:
Nas mochilas vão para além dos manuais, dicionários, gramáticas e outros livros de referência. Estes e outros livros que as crianças carregam na mochila, deveriam estar na escola, em bibliotecas escolares. Deveriam ser as bibliotecas escolares a possuir dicionários, gramáticas, prontuários, dicionários de verbos, enciclopédias, tabuadas, atlas, etc.
A biblioteca escolar forneceria para a sala de aula todos os documentos necessários.
Não é aceitável serem os alunos a abastecer a escola dos materiais que são da sua responsabilidade.
Bastava os autarcas reduzirem os subsídios ao futebol profissional, reduzir aos custos das fontes luminosas e passeatas para com esse dinheiro equiparem adequadamente as escolas, todas as escolas com bibliotecas.
Dessa forma também contribuíam para a melhoria da saúde das crianças.
António Regedor
Quinta-feira, 1 de Junho de 2006
Hoje, dia Mundial da Criança, Santa Maria da Feira vai assistir ao protesto de um grupo de pais contra o peso excessivo que as crianças são obrigadas a carregar, todos os dias, para a escola. O peso das mochilas e pastas não deve ultrapassar 10% do peso das crianças, mas este valor é normalmente ultrapassado.
Sou defensora da aprendizagem (em qualquer altura da vida!), mas sou totalmente contra o desrespeito pelo direito ao crescimento saudável das crianças.
Por isso pergunto: porque é que as editoras, nas suas políticas de evolução e desenvolvimento, em vez de pensarem em editar manuais multimédia (interessantes e com mérito), não dão antes o salto para o futuro e, tal como já se faz noutros países, passam a editar TODOS os manuais e TODOS os materiais acompanhantes em formato electrónico num dispositivo tipo palmtop?
O preço não deve ser proibitivo, se pensarmos no preço total dos livros que os pais têm de comprar, e permite aos alunos nunca ter faltas de material sem arriscar a saúde!
Se pensarmos bem, já vamos fazendo isso com as pen-discs...
Citando o António Regedor: "como não tenho respostas, vou fazendo perguntas"
Cristina
A UNIVERDIDADE FERNANDO PESSOA
Organiza um Congresso sobre: CIDADANIA(S) CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE DISCURSOS E PRÁTICAS
Será a 29 e 30 de Junho e 1 de Julho de 2006
No dia 29 às 13 horas está prevista uma comunicação com o tema: Bibliotecas e Cidadania.
Será apresentada pela Professora Judite de Freitas e pelo Dr. António Regedor
Podem ter mais informação em: www.ufp.pt