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O Manifesto IFLA 2022 (Federação Internacional de associações de Bibliotecas) , recomenda que a Biblioteca Pública : “Deve ser objeto de uma legislação específica e atualizada, de acordo com tratados e acordos internacionais sobre a área”.
Em 2014 escrevia nas conclusões da minha tese de doutoramento (Regedor 2014 p.231): http://hdl.handle.net/10284/4291 “Os responsáveis políticos [Presidentes ou Vereadores com o pelouro da Biblioteca Pública (Nota adicional)] maioritariamente consideram vantajosa uma eventual lei de bibliotecas que incluía princípios normativos referentes ao orçamento, volume de fundos, recursos humanos, definição das competências do bibliotecário e perfil da figura do diretor da biblioteca. Do ponto de vista dos técnicos, [ Bibliotecários responsáveis pelas Bibliotecas Públicas (Nota adicional)], a opinião maioritária defende a vantagem da existência de uma lei de bibliotecas que inclua normas sobre a institucionalização da figura do Diretor, mormente de este ser especialista em CID/BAD [actualmente formação designada Ciência da Informação. (Nota adicional)], orçamento, recursos humanos especializados, volume de fundos e renovação da coleção”.
António Borges Regedor
Foi apresentado o documento internacional orientador da linha de actuação preferencial para as Bibliotecas públicas. Esta linha de orientação internacional entende a informação como ferramenta da decisão consciente para o exercício dos direitos democráticos e da garantia da liberdade, prosperidade e desenvolvimento.
E a Biblioteca Pública é o garante do acesso à informação e à aprendizagem ao longo da vida.
Para isso a Biblioteca Pública deve: procurar “de forma proativa, novos públicos”, estar “atentas aos seus interesses”, desenvolver “serviços que respondam às necessidades locais e contribuam para a melhoria da qualidade de vida”.
Como eu gostaria de ver as Bibliotecas Públicas a cumprir estas linhas de orientação.
António Borges Regedor
Mais uma leitura de um romance de Carlos Vale Ferraz. Desta vez o “Gémeo de Ompanda”. Já tinha lido “Nó Cego”, a “Última Viúva de África”, “Que fazer Contigo Pá?” e “Angoche”. Neste livro o tema da colonização e do colonialismo, o tema da missionação e das missões laicas ou religiosas, o tema da cultura ou das culturas. Neste livro desfilam perante a nossa leitura os protagonistas Atsu, negro, gémeo, amaldiçoado e que irá ser médico virologista. Francisco Boavida, filho ilegítimo de “boas famílias do regime”, mas escondido na condição de vagabundo rico e jogador bolsista em Nova Iorque, e Aliene filha de missionários laicos, funcionária da ONU e directora de um campo de refugiados e portuguesa branca nascida em Angola. Deles diz o autor: “…são as que criei para contar uma história sobre a colonização e o colonialismo português em África…”. Tudo a postos e com vários ingredientes para um romance de emoções, reflexões e sentimentos díspares. E mais que todos a história de Aliene que “passou a constituir um trio com Atsu e Xico Boavida, sem adivinhar o que tornava Atsu diferente dos outros jovens africanos e o porquê de Xico Boavida ter sido ostracizado pela matilha das famílias mais importantes de Portugal”.
António Borges Regedor
Fui à feira do livro do Porto, como é meu hábito. Não falto.
Mas não vi qualquer promoção institucional da feira. Não fosse estar atento, mais pelo que acontece na feira do livro de Lisboa, e a do Porto passava-me clandestinamente. Reparei também, ou não reparei em actividades de promoção do livro. Exposições, debates, conversas com escritores, apresentação de livros. Pouco ou nada se reparava nos tradicionais “livros do dia”. Também sei que os “livros do dia” são normalmente os destinados à guilhotina. Quanto aos descontos, tratando-se de editores, tudo o que não seja os 30% é caro. E os descontos não se sentem na “Feira”. Constatei que editoras não estavam presentes na “Feira”. Mas fiquei satisfeito por ter muitos alfarrabistas. E ainda bem, porque foi aí que comprei um livro que procurava há algum tempo. Talvez seja uma mudança no perfil da “Feira do Livro”. Cada vez mais feira de alfarrabistas. Nada contra.
Da “Feira” de Lisboa já a impressão com que fico é mais positiva. Tenho notícia de várias apresentações de livros. Sessões de autógrafos. Enfim, mais vida, mais livro. Tanto melhor. Pena é a “Feira do Livro” ser em Lisboa e não ter ainda o comboio que me leve em hora e meia para poder voltar a casa no mesmo dia.
António Borges Regedor
Foi um amigo que me alertou para este tema. Um seu amigo tinha feito um estudo sobre o assunto e publicava o resultado do seu estudo de Mestrado. Acabei por conhecer o autor numa reunião cívica. E o tema do livro é fascinante pela actualidade e medonho pelo que imaginamos que possa vir a acontecer ao planete por acção humana.
Antropoceno é a designação cada vez mais consensual na comunidade científica para designar as evidências científicas da acção da actividade humana sobre o ecossistema da Terr nas últimas décadas, dois séculos ou mesmo para alguns mais tempo atrás. São mudanças resultantes da introdução de materiais não produzidos ela natureza como o plástico, betão, radionuclídeos artificiais, radiosótopos. São evidentes alterações nos ciclos do carbono, nitrogénio, fósforo. São as situações mais conhecidas da subida do nível do mar, as alterações climáticas com o aquecimento global traduzido no aumento da temperatura média da terra, a redução da biodiversidade. Ou ainda as alterações na camada de ozono, a utilização de sementes e plantas geneticamente modificadas. Tudo isto suscita “o surgimento de um novo tempo geológico” que se expressa pelo neologismo Antropoceno.
E é disto que este livro de Rui Sousa Basto nos fala. Com o título “A Singularidade Humana do Antropoceno” o autor expressa o resultado do seu estudo de Mestrado em Filosofia Política. O livro é deste ano de 2022 editado pela Humus.
António Borges Regedor
Daniel Pennac diverte-se a escrever sobre sósias neste romance que tem por título: “ O Ditador e a Cama de Rede". Este livro é editado pela ASA já em 2006. Eu já conhecia o autor do livro “Como um Romance” e esse fascinou-me ainda mais. Francamente achei-o muito superior. Foi também publicado pela ASA e 2002.
António Borges Regedor
Há dias li um post do amigo Gaspar Matos que dizia “Sendo bibliotecário de leitura pública, a posse do livro diz-me pouco.” Também partilho dessa perspectiva que valoriza a leitura e a partilha e que relega para segundo plano a posse do livro de lazer.
E se bem reparar-mos na maior parte das situações à posse do livro corresponde uma única leitura.
Desliguei-me da maior parte dos meus livros. Alguns dados a colectividades para partilha. Outros, bastantes, oferecidos depois de lidos.
Tenho no entanto um conjunto de livros de que não de desligo. São os autógrafos. Livros que me foram oferecidos e com dedicatória ou autógrafo do autor. Porque não são apenas livros. São partilhas. São amizades, cumplicidades subliminares nas palavras da dedicatória e do autógrafo. Esses constituem a minha biblioteca. A outra colecção é a dos livros de ensaio. Esses são sublinhados, com palavras chave a indexar os assuntos que reputo pertinentes e me facilitam as sequentes leituras sintéticas.
Enfim, o que preservo, não são os livros, mas tão só o que humanamente representam ou a informação que disponibilizam.
António Borges Regedor
Para o caso de quererem ler livros que falam de livros indico “Uma História da Leitura” de Alberto Manguel. “Sobre a Leitura” de Marcel Proust. “Burning The Books” de Richard Ovenden. Também existe em português com a tradução “Queimar Livros”. E o “O Infinito Num Junco” de Irene Vallejo que rapidamente se tornou best-seller.
António Borges Regedor
Mais alguns livros que me parecem apropriados para a leitura de Verão. Refiro “Os Loucos da Rua Mazur” de João Pinto Coelho. Um Português apesar de ter nascido em Londres. O livro mereceu o prémio “Leya” de 2017. “No café da juventude perdida” de Patrick Modiano. Magnifica história desenrolada no Quartier Latin em Paris. “O Balneário” de Farnoosh Moshiri. Da autoria de uma Iraniana formada nos Estados Unidos da América. Um livro de uma protagonista em clima fundamentalista religioso. “La Libreria” de Penelope Fitzgerald. Tenho-o em Castelhano, mas existe em português. É a história da insistência de uma mulher em manter uma livraria aberta.
António Borges Regedor
Presumo estar certo ao considerar José Saramago um escritor essencialmente de alegorias. É o que acontece em “ a Caverna” que acabei de ler recentemente apesar da primeira edição ser já do ano 2000. Utilizando a alegoria da caverna, de Platão, vemos como José Saramago trata os centros comerciais como a caverna onde tudo é ilusão de felicidade, abundância. O que na realidade é como na caverna de Platão, uma ilusão, uma falsa imagem dada aos que aí dentro se movem.
Em Platão o homem libertava-se da ilusão que vivia na caverna saindo para a luz, a verdade, as ideias. Em “A Caverna” de Saramago verifica-se a saída do mundo real, para a entrada no mundo onírico, fantasioso da caverna. Um mundo que elimina a vida natural, destrói emprego e competências, anula pessoas e torna dependentes os que enreda na malha desse novo mundo.
António Borges Regedor
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