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Inicialmente as bibliotecas não se distinguiam de arquivos. Melhor. A distinção não existia. O que existe primeiramente são os arquivos essencialmente para guardar documentos probatórios de património. A primeira forma de enunciar os lugares onde se guardam os livros é a denominação de “armário”. Mais tarde Esses armários de guardar livros tomam o nome de livraria e por extensão a sala ou parte da casa para o efeito. Por tradição o lugar onde se guardavam os livros era distinto e separado do lugar onde se lia. A actividade monástica de produção de livro funcionava assim. A biblioteca era o lugar onde estavam guardados os livros e o scriptorio, o lugar onde eram produzidos. E nem os copistas podiam entrar na biblioteca. Esse acesso era restrito ao bibliotecário e seus ajudantes.
Durante muito tempo assim foi. Até ao iluminismo que mudou o conceito de biblioteca. A biblioteca-museu. Em Portugal é um conceito que tem protagonistas em António Ribeiro dos Santos (1745-1818) e em Frei Manuel do Cenáculo Villas Boas (1724-1814). Este terá sido influenciado por Tommaso Campanela, em “A Cidade do Sol” publicada em 1602, e em Ângelo Maria Querini (1680-1755), Bispo de Brescia, fundador de uma Biblioteca-Museu, e com quem Cenáculo se terá encontrado em Roma em 1750. Era uma biblioteca onde se encontravam outras espécies de documentos para além dos livros, nomeadamente numismática. No entanto, e apesar de ser favorável a esta concepção, Cenáculo criticava os coleccionadores que trancavam os livros e entendia que só faria sentido as bibliotecas abertas ao público. Nesse espírito vai ter um papel preponderante na transformação da Livraria Régia na Biblioteca Pública da Corte, e impulsionar várias outras bibliotecas no país. (Regedor: 2014)
Até há algum tempo sofríamos de uma visão de biblioteca dividida em depósito e sala de leitura. Isso resultou do processo de no sul da Europa, e especialmente em Portugal a política do liberalismo ter criado bibliotecas públicas com os espólios dos mosteiros e conventos extintos. Concretamente no Porto confunde-se o conceito de biblioteca erudita e de depósito legal, com biblioteca pública, por razão de assim ser nomeada, e que não tem correspondência na designação anglo-saxónia que dá origem à moderna biblioteca de leitura pública, conceito que em portugal é tardio. O programa de Biblioteca Públicas é de 1987. O programa das biblioteca escolares, é ainda mais recente, de 1997.
Estas novas bibliotecas, já não sofrem da clássica separação em depósito e em sala de leitura. São espaços abertos onde o leitor circula livremente pelos livros e outros suportes de informação. Fazem empréstimo domiciliário. Já comportam nas suas colecções outros suportes de informação e avançam na informatização. No entanto são ainda bibliotecas em que o core é o livro, e a imagem está muito ligada ao papel.
Há inevitavelmente uma maior velocidade no digital, que na capacidade de reconversão das bibliotecas. Por outro lado as gerações mais antigas nunca tiveram exigência quanto aos serviços prestados pelas bibliotecas, e as gerações mais novas, os nativos digitais não as reconhecem como vantagem.
Os segmentos de utilizadores são muito diferenciados e percentualmente pouco expressivos nas sua franjas sociais. Tanto se encontra um estudante universitário como um aposentado. E há segmentos da população não representados quase na sua totalidade.
O enquadramento do subsistema das bibliotecas públicas tem enorme concorrência no sistema nacional de bibliotecas. Este é coerente, as bibliotecas públicas é que não têm sabido recolocar-se no tempo em que deixaram de ser os únicas fontes de informação. As crianças na idade de escolarização já têm acesso ás bibliotecas escolares. Os estudantes do ensino superior têm recursos especializados muito mais avançados que o que a biblioteca pública lhes pode fornecer, nomeadamente ao nível dos repositórios digitais.
Não ficam cobertos por outros sistemas, os segmentos da população pós-escolarizados e já a trabalhar. Os desempregados. Os info-excluídos. Os grupos temporariamente com ocupação específica como mães em tarefas de puericultura.
Se a biblioteca sofre a ameaça dos outros subsistemas específicos, e do deslocamento do core informativo para a internet, tem como força as “facilities” que proporciona. Espaços amplos, iluminados, sem grande barulho e com cadeiras e mesas de forma mais singularizada. Ambiente confortável.
Todas as bibliotecas públicas na rede de leitura pública possuem uma sala polivalente, um espaço de bar e átrio mais ou menos generoso em dimensão. E é nesta condição que devem encontrar oportunidades que se dirijam aos públicos que se pretende atingir.
As salas destinadas a bebéteca e actividades lúdicas, devem proporcionar encontros, reuniões e partilha de informação para as jovens mães e pais.
A biblioteca deve orientar-se para proporcionar progmamas de interesse para os desempregados e proporcionar aos jovens em início de carreira espaços de “cowork” com os respectivos endereços postais. Programas de caris tecnológico para info-excluídos. Jovens a querer iniciar uma actividade independente ou de suporte tecnológico, poderão encontrar na biblioteca um espaço de trabalho, com acesso à rede e equipamento colectivo de digitalização, impressão e outros.
A oferta de serviços de aconselhamento jurídico, fiscal, contabilístico, alimentar , cívico. Pode mesmo resultar de actividade de jovens a iniciar o percurso profissional que na própria biblioteca possam desenvolver as suas competências e profissão. Imaginemos o apoio ao preenchimento de IRS e outros impostos, a ajuda em questões de contabilidade. Poder receber correspondência profissional no endereço da biblioteca como se de um escritório se tratasse. Isto para ir mais além de interessantes iniciativas como o dia dedicado a promover competências tecnológicas. (Em Espinho designam-se “quintas tecnológicas”.
E a condição para possibilitar acesso aos adultos em vida activa é o da abertura dos serviços à noite e fins-de-semana. Com a utilização à noite dos espaços polivalentes (bar, átrio, auditório) a grupos que aí desenvolvam poesia, teatro, música, reuniões temáticas de grupos informais. Poderíamos ver numa noite, um ensaio de uma banda de garagem ou o ensaio de um grupo de teatro. Tal como já vemos regularmente sessões de poesia. Podiam ser também de dança. Ou de tertúlias dos mais variados temas. É necessário tornar a biblioteca um ponto de encontro.
Só dessa forma se transformará a biblioteca do livro que está morta, na biblioteca centro cívico que nasce.
Regedor, António Borges (2014) Bibliotecas, Informação, Cidadania. Políticas Bibliotecárias em Portugal. Séculos XIX-XX. http://bdigital.ufp.pt/handle/10284/4291
António Regedor
Sexta-feira,
Junho 01, 2012
DATA: 15 DE JUNHO DE 2012
Objetivos:
A realização do Workshop de
CI da UFP 2012 enquadra-se no âmbito das atividades desenvolvidas ao nível do
2º ciclo (Mestrado) em Ciências da Informação e da Documentação da Universidade
Fernando Pessoa. Constituem objetivos principais deste encontro a divulgação e
discussão de temáticas recentemente investigadas em áreas que se consideram de
grande importância como sejam a literacia, a visibilidade e o impacto da
biblioteca na comunidade, ou ainda o acesso à atividade de
professor-bibliotecário.
Visa-se igualmente a
divulgação junto dos técnicos da informação e do conhecimento de estudos
recentes nos domínios das bibliotecas escolares, públicas e universitárias.
Como objetivos complementares o presente encontro pretende discutir o trabalho
produzido por alguns dos mestrandos em CID e fomentar o diálogo entre docentes,
estudantes e profissionais que trabalham na área, debatendo problemas
levantados no decurso das investigações realizadas e concluídas com êxito,
comparando experiências de trabalho.
O Workshop de Ciência da
Informação 2012 reúne docentes e estudantes que frequentam ou frequentaram o 2º
ciclo de CID da UFP. O encontro destina-se também a todos os interessados e
estudiosos dos mais diversos temas e problemas da Ciência da Informação.
Programa
Abertura
15:00 -15:15
Diretora da Faculdade de
Ciências Humanas e Sociais da UFP – Prof.ª Doutora Inês Gomes
Coordenador do Departamento
de Ciências da Comunicação e Empresariais - Prof. Doutor Rui Estrada
Coordenadora de CID - Prof.ª
Doutora Judite Gonçalves de Freitas
1º tema - O
perfil das novas bibliotecas escolares, universitárias e públicas
15:20-15:40 - Ana Maria de
Sousa Rebelo - A Biblioteca Universitária: desafios e oportunidades para o
profissional da informação
15:40-16:00 - Raquel Maria
Gonçalves Vieira Cascaes - A profissionalização do professor-bibliotecário. As
Bibliotecas Escolares do concelho de Matosinhos. Estudo de caso
16:00-16:20 - Olga Mafalda da
Cruz Nunes - A Biblioteca Municipal João Brandão. Análise das representações
sociais dos utilizadores e impacto social. Estudo de caso.
16.20-17:00 - Discussão
17:00 -17:15 - Pausa para
café
2º tema -
Literacia da Informação e uso de novas tecnologias: algumas respostas
para um
«velho» problema
17:15-17:35 - Ricardo Manuel
Capela Martins - Literacia da Informação ou literacias da informação? Do ideal
ao real. Estudo de caso.
17:35-17:55 - Teresa Maria
Borges Cardoso - As Bibliotecas e as redes socais no digital - Quem usa e como
usa no Distrito de Aveiro.
17:55-18:15 - Discussão
18:10-18:30 - Encerramento
A
participação é gratuita mas sujeita a inscrição prévia. Para a formalizar aceda
a:
Comissão Organizadora:
Prof.ª Doutora Judite A.
Gonçalves de Freitas
Prof. Doutor Luís Borges
Gouveia
Dr. António Regedor
Divulgação:
Gabinete de Comunicação e Imagem da UFP
A oferta de formação especializada em Ciências da Informação e da Documentação da Universidade Fernando Pessoa tem mais de uma década, estando a decorrer actualmente o 1º e 2ºciclos em Ciência da Informação e da Documentação de acordo com o modelo de ensino de Bolonha. Por isso decidimos promover, no âmbito das actividades curriculares da 1ª edição do Mestrado em CID da UFP, um Workshop destinado a impulsionar a discussão crítica entre docentes, alunos (do 2º e 1º ciclos), investigadores e profissionais do ramo, de temas que consideramos relevantes no actual panorama de investigação e ensino em CID.
Encoraja-se a participação de jovens investigadores que pretendam apresentar um paper reflectindo a sua inicial actividade de investigação na área de projecto de tese de Mestrado.
Objectivos:
- Promover a reflexão crítica sobre os actuais domínios de desenvolvimento e investigação científica da Ciência da Informação
- Proporcionar o desenvolvimento de novas abordagens e linhas de investigação de projectos em estado embrionário ou em curso
- Propiciar o encontro e coesão entre docentes e discentes das Ciências da Informação e da Documentação da UFP
O Workshop está organizado em quatro módulos e terá lugar na sexta dia 7 de Maio de 2010, entre as 9:30 h e as 17.30 h nas instalações da Universidade Fernando Pessoa. Foi intencionalmente escolhida a sexta-feira, a fim de permitir maior disponibilidade de todos os interessados.
PROGRAMA
9:30 - 9:45 - Abertura
Módulo 1 – 9:45 - 10:15 Literacias informacionais e avaliação da qualidade dos sistemas de informação
Luiza Baptista Melo, Bolseira da FCT
Rui Torres, Docente da Universidade Fernando Pessoa
Pedro Reis, Docente da Universidade Fernando Pessoa
Pausa para café
Módulo 2 - 10:30 - 13:00 Sistemas, Informação e Tecnologia
Luís Borges Gouveia, Docente da Universidade Fernando Pessoa
Júlio Anjos, Associação Portuguesa para a Gestão da Informação, Presidente da Comissão Executiva
Pedro Príncipe, Universidade de Aveiro
Isabel Domingas, Docente da Faculdade de Filosofia de Braga - Universidade Católica
Isabel Barroso, Docente Convidada da Universidade Fernando Pessoa
ALMOÇO
Módulo 3 – 14:30 - 16:30 Os novos desafios colocados às Bibliotecas Escolares e às Bibliotecas Públicas
Maria José Vitorino, Coordenadora da Rede de Bibliotecas Escolares de Vila Franca de Xira
Judite Gonçalves de Freitas, Docente da Universidade Fernando Pessoa
Rui Leandro Maia, Docente da Universidade Fernando Pessoa
Gaspar Matos, Responsável pela Biblioteca Municipal de Sines
António Borges Regedor, Docente Convidada da Universidade Fernando Pessoa
Pausa para Café
Módulo 4 - 16:45 – 17:30 Papers dos Mestrandos
Encerramento
A participação neste Workshop é gratuita, no entanto é obrigatória a inscrição on-line
Comissão organizadora:
Prof. Doutora Judite Gonçalves de Freitas
Prof. Doutor Luís Borges Gouveia
Dr. António Borges Regedor
Com o devido destaque publico a opinião de:
Judite A. Gonçalves de Freitas
Professora Associada com Agregação em História e Estudos Políticos (FLUP)
Docente da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais
UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA
Email: jfreitas@ufp.edu.pt
"À questão formulada poderia responder de duas formas:
1ª Existe uma nova realidade condicionada pelo actual e hodierno contexto social, cultural e tecnológico. Pois se durante muitos séculos a escrita e a leitura foram dominadas por uma minoria de indivíduos, os alfabetizados, hoje a alfabetização não dispensa o domínio das novas tecnologia de informação e comunicação.
2ª Em consequência desta expansão das novas formas de comunicar e das novas linguagens audio-visuais, ocorrida nas últimas décadas, todas as instituições educativas de nível médio ou superior, devem assumir o repto de bem formar os jovens e adultos para a integração na vida activa e uma maior participação na sociedade civil.
Assim, penso que a designada "Sociedade de Informação" exige novos modelos de ensino-aprendizagem num quadro tecnológico, cultural e social bem diferenciado do de há apenas duas décadas atrás. Neste quadro, as exigência impostas às bibliotecas escolares são muito maiores e bem diferenciadas: o acesso a bases de dados, a navegação hipertextual, a interactividade, as apresentações multimédia são também meios de formação essenciais aos jovens nos nossos dias. A escrita e a leitura também passam por ai... Ao invés da biblioteca escolar tradicional ser um espaço de reserva dos manuais escolares e meia dúzia de obras de referência raramente consultadas, ela deve promover a aquisição das novas competências de leitura complementares das formas tradicionais. Por tudo isto, considero muito bem-vinda a figura do professor-bibliotecário, desde que reuna as competências tradicionais de bem ensinar a ler e a escrever, mas igualmente esteja apto a bem ensinar a manipular os recentes meios de informação e conhecimento. Para tal exige-se formação vocacionada dos agentes educativos por forma a promover uma alfabetização adequada à sociedade contemporânea. Urge a mudança de paradigma do professor e, consequentemente, do professor-bibliotecário."
"De ze a 1 de Julho de 2009 às 00:27
Uma parte de mim concorda, outra nem tanto: porque será que essas formações continuam a ignorar a especificidade das bibliotecas escolares, das redes de bibliotecas escolares, até, não raro, das biblioteca públicas e da gestão de parcerias? Mesmo tendo tantas vezes professores como alunos?"
Agradeço o comentário e julgo que se refere às formações académicas. Posso aceitar que haja ainda alguma insuficiência no desenvolvimento de estudos sobre B.E..
No entanto devemos ter em conta que a abordagem das B.E. se faz em várias cadeiras e áreas da licenciatura e por maioria de razões o tema pode ser abordado nas formações pós-graduadas que como sabe são também muito influenciadas pelos interesses específicos dos formandos. Eu próprio tenho orientado estágios em Bibliotecas Escolares.
António Regedor
Muitos de nós ainda têm a imagem das carrinhas bibliotecas itinerantes que percorriam o país a emprestar livros.
Foi para muitos o primeiro e único contacto, mais ou menos livre, com os livros.
Hoje as itinerantes têm missões diferentes. A de complementar as redes concelhias de bibliotecas de leitura pública. A de articular as bibliotecas de leitura pública com as redes concelhias de bibliotecas escolares. A de apoiar a biblioteca de leitura pública a realizar eventos fora do edifício central, em locais ou zonas habitacionais onde ainda não existam infraestruturas de leitura pública. A de articular a biblioteca com as colectividades e associações locais. A de levar o livro a casa dos que não se podem deslocar à biblioteca ou aos seus pólos por razões de mobilidade.
A carrinha da imagem, foi a última que a Fundação Calouste Gulbenkian entregou a uma Biblioteca de Leitura Pública antes do seu Serviço de Bibliotecas e Apoio à Leitura (SBAL) ter encerrado.
Em Espinho, durante algum tempo, este serviço foi assegurado pela Josefina e pela Carla, na imagem mostrando satisfação.
António Regedor
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