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Terminado de ler o Livro “ O lugar do Morto” de José Eduardo Agualusa. Crónicas publicadas na revista Ler. Psicografias. Para bibliotecários tem Jorge Luís Borges com “o admirável mundo novo dos livros”. Camilo com “A leitura enquanto espectáculo”. Mas também textos para agradar a políticos, a polemistas do acordo ortográfico e até a mulheres bonitas.
AGUALUSA, José Eduardo – O lugar do Morto. Lisboa: Tinta da China, 2011 ISBN 978-989-671-072-9
A discussão deste assunto e dos relacionados que começou no facebook, parece ter alastrado para os blogs.
Pelo menos já há posts em bibvirtual, Viva Biblioteca Viva, e em A informação
Nuno Matos no blog A Informação escreveu:
“E onde está a Associação Portuguesa de Bibliotecários Arquivistas e Documentalistas (BAD) no meio de tudo isto?...O problema é que a BAD representa cada vez menos a “classe” e a sua expressão pública parece ter diminuído drasticamente.”
Temos realmente que reflectir. Temos que perceber o que não está a correr bem com a associação, a representação, a identidade da comunidade profissional, o seu prestígio, a sua forma de organização .Andarão alguns de nós distraídos?, acomodados? Desinteressados? Incomodados?
Ainda bem que há uma nova geração que se mobiliza.
Sente-se um mal estar na comunidade profissional dos Bibliotecários e Arquivistas.
O perfil “Bibliotecas para Bibliotecários e Arquivos para Arquivistas” é reflexo desse estado de espírito. Foi mesmo lançada para subscrição uma petição.
Com a publicação do Decreto-Lei n.º 121/2008, de 11 de Julho, que reestrutura as carreiras da Administração Pública, foram extintas as carreiras específicas de técnico superior de biblioteca e documentação, técnico profissional de biblioteca e documentação, técnico superior de arquivo e técnico profissional de arquivo.
Não sendo a única razão da debilidade dos recursos humanos nas bibliotecas e arquivos, este diploma veio criar ainda mais dificuldade a dotar as unidades documentais dos profissionais adequados ao desempenho das suas missões e à melhoria do seu desempenho.
A tradicional incompetência das pessoas que a administração pública colocava nas bibliotecas e arquivos, tinha vindo a ser erradicada a partir dos anos 80, quando melhorou a formação dos chamados bibliotecários arquivistas.
A formação incipiente nessa altura foi progredindo, melhorando, aperfeiçoando à medida que o corpo científico da Ciência da Informação se foi desenvolvendo. Temos hoje um corpo coerente de formação com Licenciatura, Pós-Graduação, Mestrado e Doutoramento.
Há muito tempo que defendo a qualificação dos recursos humanos nas bibliotecas e arquivos, e nunca aceitei o “ nivelamento por baixo” de que algumas políticas nacionais são responsáveis. É exemplo de baixo índice de qualificação profissional, o Programa da chamada “Rede Nacional de Bibliotecas Públicas” com um ou dois bibliotecários por biblioteca. O rácio indicado pela IFLA é de um para cada três técnicos profissionais. Outro exemplo de insuficiência é o de se admitir que o professor bibliotecário possa não ter formação específica. Pelo menos ao nível da licenciatura ou pós-graduação.
Actualmente existem licenciados, pós-graduados e Mestres na área de Ciências da Informação e Documentação. E é no memento em que a formação aumentou, que o governo extinguiu as carreiras profissionais específicas. É o contracenso, o desnorte, a ignorância governamental. Alguém anda a aconselhar mal os nossos governantes.
Felizmente que há profissionais que se mobilizam e que lançaram uma iniciativa de assinatura de uma petição a enviar à Assembleia da República, através do perfil no facebook com o endereço: http://www.facebook.com/home.php?sk=group_163010093733462&id=169771193057352
É uma iniciativa importante. Dá a conhecer uma situação que a manter-se irá causar enormes prejuízos à eficiência das bibliotecas. Irá causar prejuízos aos profissionais da ciência da informação. Irá acentuar a péssima situação do país no que respeita à literacia, à infoliteracia, à prática das diversas tipologias de leitura, especialmente à leitura volitiva.
Os autores destas iniciativas, petição e divulgação através do facebook, estão de parabéns, assim como todos os dinamizadores, por várias formas, da acção e os aderentes à iniciativa. É o que se espera de pessoas conscientes como o são os profissionais de ciência da informação.
O Post “BIBLIOTECÁRIOS NAS BIBLIOTECAS” provocou um comentário de uma técnica profissional. Ainda bem que o fez. E seria útil se desenvolve-se o seu raciocínio. Um dos objectivos deste blog é promover/provocar a discussão de problemas que se colocam contemporaneamente à profissão e à ciência da informação.
O meu post “BIBLIOTECÁRIOS NAS BIBLIOTECAS” que aborda a questão da qualificação dos recursos humanos nas bibliotecas assenta nos seguintes pressupostos:
Os últimos vinte anos são de grande mudança qualitativa e quantitativa nas bibliotecas e arquivos.
Verifica-se um significativo desenvolvimento do conhecimento científico neste domínio.
A elevação do nível de qualidade das bibliotecas e arquivos depende muito do investimento físico e tecnológico que for feito, mas depende essencialmente da elevação do nível de qualidade dos recursos humanos.
O melhor edifício, com o maior acervo, com o melhor equipamento de nada serve sem um corpo técnico de elevada competência.
É neste sentido que apresento como proposta a requalificação na totalidades dos recursos humanos que trabalham na área da ciência da informação e documentação.
E todos estamos de acordo que as competências tradicionais dos técnicos profissionais apresentam já limitações face às novas necessidades.
Até mesmo as pós-graduações, que mostram algumas fragilidades, têm de se reorientar.
A formação coerente e mínima nesta área de conhecimento deve ser, a meu ver, a licenciatura. E julgo que todos terão a ganhar se a orientação for nessa perspectiva. Os serviços ficam com melhor pessoal, os gestores de informação ficam mais habilitados, o público tem melhores respostas.
Na perspectiva da aprendizagem ao longo da vida, vejo toda a vantagem nos técnicos continuarem os seus estudos. Não apenas em formações de curta duração para aquisição de competências específicas, mas também e essencialmente com formação que lhes confira grau académico. Ao longo do seu percurso profissional os técnicos-profissionais adquiriram várias competências e deverão ter agora oportunidade de as fazer corresponder a grau académico. Só terão a ganhar se continuarem a estudar.
E deve ter-se em conta que actualmente há menores constrangimentos para acesso ao ensino superior. Para profissionais experientes, como é o caso dos técnicos profissionais desta área de conhecimento, mesmo não tendo concluído o ensino secundário há a possibilidade do ingresso em curso superior ser efectuado através do processo para maiores de 23 anos.
Portugal terá inevitavelmente de seguir a tendência dos outros países Europeus que é o de ter uma forte componente de licenciados a trabalhar nas bibliotecas e arquivos.
Como refiro no post “BIBLIOTECÁRIOS NAS BIBLIOTECAS”, seria vantajoso que a maior parte das tarefas do circuito documental venha a ser desempenhada por licenciados.
É meu convencimento que este é o caminho que transformará as bibliotecas de equipamentos em potência para equipamentos activos, dinâmicos e imprescindíveis no quadro da sociedade da informação e do conhecimento.
António Regedor
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