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Quinta-feira, 22 de Maio de 2014

O referente permanece, o referido muda.

 

O referente permanece, o referido muda.

 

 

 

O processo de produção do livro sofre mudanças ao longo do tempo.  E não é uniforme. Incluídos na gama ‘livro’ coexistem vários ‘produtos’. A Industria Editorial começou por copiar no texto e na forma o livro manuscrito ( incunábulos), mas logo de seguida a esse produto oneroso, se bem que mais acessível que o próprio manuscrito,  produziu a literatura de cordel. Na presença da imprensa como inovação comunicacional escrita, os livros eram folhetins antes de passarem a monografia. A dignidade da obra literária, duradoura, atemporal, deu lugar ao livro produto  comercial  efémero, de consumo rápido, vendido para ser rapidamente substituído, produto de grande rotação. A qualidade literária coexiste com o light, o pimba, o cor de rosa. O autor hoje já não é apenas o cultor da língua, mas é também o sujeito de outros afazeres que nada terão a ver com a literatura. Todos servem para produzir e dar marca a um produto em forma de livro e que a industria editorial também vende. Jogadores, prostitutas, cozinheiros, criminosos  servem como autores, a par de escritores sombra. E aqui acentua-se uma nova realidade de direitos autorais. A dos escritores autores que se revelam nas páginas de rosto, e dos escritores sombra, não autores cujo nome nunca aparece como tal, nas paginas de rosto.  Deixou de ser o objecto literário a determinar o custo do livro, passou a ser o custo de produção a determinar o objecto livro, literário ou não. O referente permanece, o referido nunca foi o mesmo.

 

António Regedor

publicado por antonio.regedor às 19:12
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Terça-feira, 20 de Maio de 2014

...

 

Na plataforma celulose

 

Há dias, fui assistir à apresentação dos livros de educação ambiental, produzidos por António Eloy, na sede do FAPAS, no Porto. Quatro livros sobre os quatro elementos. São dirigidos a crianças e adolescentes, dado comportarem simultaneamente um agradável grafismo com o rigor científico. A apresentação foi feita com recurso à projecção de um e-book. O e-book tem naturalmente a vantagem da imagem em movimento e do som de várias espécies bem como das falas dos protagonistas. Mas achei particularmente interessante a expressão do António Eloy à produção do livro, também na “plataforma celulose”. Foi a primeira vez que ouvi a expressão, que achei interessante até por trazer à memória umas tantas alusões a outras tantas situações vividas e que têm a ver  com as celuloses.  Na sala estava o Serafim Riem que se amarrou a uma máquina de terraplanagem, se a memória já não me atraiçoa, na célebre luta dos agricultores de Valpaços contra a eucaliptização.  Ou de uma reunião  também com o António Eloy e com o Carlos Pimenta, no seu gabinete da secretaria de estado do ambiente, em que constatávamos ter ganho a luta contra o nuclear em Sayago, mas ter  perdido contra as celuloses. E agora, nesta sessão de apresentação dos quatro livros, a expressão “plataforma celulose” em substituição da forma usual de dizer “formato papel”,  teve criatividade expressiva e riqueza de memória. A par do e-book as crianças e adolescentes vão ter acesso ao tacto do papel, sentir o cheiro desse produto da celulose intentada., ver as cores quentes da imagem do sol, e do mar, e da floresta, vão imaginas os sons das ondas e dos cantos dos pássaros, e a voz dos protagonistas das histórias. Eu certamente terei oportunidade de usar mais vezes a expressão do meu amigo António Eloy, “plataforma celulose” quando me referir ao suporte papel.  

publicado por antonio.regedor às 17:04
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Quinta-feira, 15 de Maio de 2014

Os limites à escrita

 

 

 

São grandes as mudanças na industria editorial. agora é a Porto Editora e Grupo Leya que  chegam a acordo para impor limite de páginas a escritores.

Ler mais: http://visao.sapo.pt/porto-editora-e-grupo-leya-chegam-a-acordo-para-impor-limite-de-paginas-a-escritores=f775248#ixzz2xapascb8

publicado por antonio.regedor às 16:03
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